segunda-feira, 15 de junho de 2015
O BRASIL INDÍGENA
Era o fim do século quinze. No meio do nosso outono
Vivíamos num paraíso, nosso mundo não tinha dono
Nossa comida vinha das plantas, nossa água, do matagal
Então avistamos um monstro, chamado Pedro Cabral
O monstro nos atacou, com espada e varapau
Seu séquito horripilante, de gente fedida e com cara de mau
Destruiu nossas nascentes queimou nossos pés de mandioca
Invadiu a nossa Taba, derribou a nossa oca
Vieram morar aqui, trouxeram cachaça e ladrões
Reagimos com arco e flecha, mas eles tinham canhões
Hoje somos povo espremido, entre o cerrado e a Cordilheira
Mas, construíram Brasília, a cidade da bandalheira
Hoje em dia não tem mais jeito, índio não pode andar pelado
Só dondoca filha de empresário, ou mulher de deputado
O índio virou operário, junto com o afrodescendente
Tem ex artista pornô, dizendo que agora é crente
Escândalo agora tá na moda, tem tanto, que não posso contar
E pra sustentar tanta ganância, nossas matas terão que derrubar
Tucuruvi, Belo Monte, Serra pelada, nos mostram um governo altruísta
Mas o índio que era o dono da terra, não pode mais, ser naturista.
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